A FoodCare prepara-se para exportar alimentos típicos nacionais

A FoodCare, startup graduada na 3ª edição do Programa de Aceleração do Founder Institute Luanda, é uma empresa no sector de agronegócio, em específico processamento alimentar de produtos orgánicos, nomeadamente a Kizaca, Fumbwa, Tortulho, Peixe Bagre, Muteta , entre outros. empresa fornece produtos em quase todos os supermercados,  “Casa dos Frescos”, "Angomart", "Intermarket", "Alimenta Angola" entre outros.  A Foodcare emprega emprega 35 trabalhadores sendo 10 efectivos e 25 eventuais.

 

Participação na Feira

Durante a Feira Comercial Intra-Africana de 2021 (IATF 2021), recebeu manifestações de interesses sobre seus produtos para a República Democrática do Congo (RDC), Namíbia e Quénia, soube a ANGOP, em Durban. A revelação foi feita à margem da referida feira decorrida nesta cidade sul-africana, de 15 a 21 deste mês, pela sua fundadora Marlene José, Directora Executiva da FoodCare.

Através da sua indústria situada na zona do Futungo de Belas, em Luanda, a empreendedora processa e embala esses produtos, observando as normas de higiene alimentar e conforme as regras estabelecidas por laboratório europeu credenciado para o efito, onde os produtos são submetidos a teste de qualidade. A FoodCare tem uma capacidade mensal de processar e embalar oito toneladas de produtos agrícolas, mas espera aumentar para 32 toneladas, com a chegada em Dezembro de novas maquinarias.

Marlene José explicou que teve dois contactos com empresários da Namíbia que pretendem fazer distribuição, um do Quénia e outro do Congo Democrático, aonde irá deslocar-se já em Dezembro a convite de um potencial parceiro, para negociar com distribuidores e supermercados para a venda dos seus produtos. Estão igualmente incluídos na sua lista de países a exportar, a Bélgica e a Holanda pois durante a sua viagem a esses países foi possível contactar potenciais distribuidores.

“Embora tenhamos o mercado angolano, como prioritário, o objectivo foi sempre adequar os produtos às exigências internacionais e mudar a ideia pouco abonatória que se tem sobre os produtos africanos. Nós africanos precisamos trabalhar nos produtos locais para que eles sejam aceites internacionalmente” - Marlene José


Como surgiú a iniciativa?


De acordo com a gestora, a iniciativa empreendedora da FoodCare assentou no facto da inexistência no nosso mercado de instituições adequadas para o manuseamento dos produtos agrícolas que chegam à mesa dos angolanos, bem como pela necessidade de se combater à insegurança alimentar que se regista no processamento dos produtos agrícolas.

Para ela, grande parte de produtos processados nos mercados informais, são vendidos sem a observância dos mais elementares cuidados de higiene alimentar e de conservação. “Muitos deles estão expostos à sujeira, poeira e dejectos. A fim de contrariar tal situação, a empresa recolhe os produtos dos agricultores, e através de máquinas são lavados e fazem a secagem, após o que se efectiva o seu processamento. Uns são moídos, outros cozidos ou moídos até certo nível, dependendo do produto e depois são congelados.“A maior parte dos nossos produtos são congelados à 18º negativos, até entrega ao consumidor final ou ao cliente”, disse Marlene José.

 

Sobre a FoodCare


A Feira Comercial Intra-Africana contou com a participação de pelo menos 30 empresas angolanas. Deste grupo, destacam-se a Sonangol, Catoca, ZEE, CEEIA, Opaia, SGA, Arccla, Food Care, SteelDoor, BFA, BAI, Kubinga, Refriango, Sino-Ord Xcentro, All Trans, JPNM, Assomel, FMEA, AAJP, e a AIPEX na qualidade de instituição pública de apoio o investimento privado.

A Feira é uma iniciativa do Banco Africano de Exportação e Importação (Afreximbank), em colaboração com a União Africana e o Secretariado do AFCTA, visando levar os homens e mulheres de negócios a realizarem trocas comerciais dentro do continente.

Na presente edição participam cerca de 600 empresas de 54 países. E é um ensaio que tem em vista a concretização da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), uma iniciativa da União Africana destinada a criar um mercado continental para bens e serviços, com livre circulação de empresários e investimentos.

 

Fonte:

ANGOP

Agrónomo Carlos Camuti Durban

(Dos enviados especiais)